Sabemos
que a dança do ventre
traz vários benefícios para a mulher como melhora da autoestima,
postura, coordenação motora, respiração, alongamento
(flexibilidade)
e tonificação muscular, etc... Mas, o que, efetivamente, a dança
faz pela gestante?
A
dança do ventre ou dança pélvica
surgiu de tradições religiosas que celebravam a fertilidade da
mulher e da terra, fundamental para a sobrevivência humana. Os
movimentos dessa arte auxiliam e preparam as mulheres para o parto,
pois trabalham o controle dos músculos abdominais e assoalho
pélvico, alivia dores nas costas, promovendo maior irrigação
uterina, proporciona consciência para ajudar na contração para
parto normal, reduz o inchaço, melhora a circulação sanguínea, amplia o
equilíbrio muscular,
alivia os desconfortos intestinais (incluindo a obstipação),
diminui câimbras nas pernas, fortalece a musculatura abdominal e
facilita na recuperação pós-parto.
Movimentos
específicos que podem
auxiliar a gestante:
Contração
pélvica – a
musculatura
da região abdominal tende a enfraquecer ao longo da
vida e,
essa musculatura do
assoalho
pélvico, responsável pela sustentação dos órgãos, precisa
ser fortalecida.
Durante a gestação, esta musculatura é ainda mais exigida, pois
recebe
uma carga extra: o peso da placenta, do útero volumoso e do bebê.
Os movimentos da dança do ventre favorecem essa consciência e o
fortalecimento necessário.
Ondulações
(camelos) – movimentos
contínuos de contração e relaxamento do abdome que facilitam a
expulsão do bebê. Estão intimamente ligados à respiração
diafragmática que também reduz a ansiedade na hora do parto.
Infinitos
e redondos – movimentos
que podem contribuir para posicionar o bebê no canal vaginal.
Todos
esses movimentos fortificam o
ventre, mas durante a gestação devem ser praticados com muita
moderação justamente porque induzem a contração do útero. Aliás,
qualquer atividade física para gestantes deve ser leve, sobretudo se
a mulher a fazer exercícios pela primeira vez neste
período.O
aval do médico é NECESSÁRIO
para
salvaguardar a saúde da mãe, do bebê e o trabalho do profissional
que vai assisti-los.A
dança no pós-parto também é benéfica,
ajudando a mulher a voltar à forma física, prevenindo a depressão
e melhorando a autoimagem.
A
professora de dança deve explorar
em suas alunas gestantes a beleza do ventre em transformação com
exercícios leves, abusando da plasticidade dos braços, dos véus e
estimulando a sensação de plenitude por gerar uma vida.
Orientações
gerais
Cuidado
com a flexibilidade gerada
pela gravidez, o aumento da amplitude do movimento pode ser falso,
cuidado para não se machucar, pois nessa fase há um aumento do
colágeno nos ligamento deixando frouxos para facilitar o parto;
Tomar
água é fundamento
durante o dia e principalmente durante a atividade física;
Nunca
extrapolar o máximo de 50 minutos de atividade, pois o bebê
precisa ser nutrido e a atividade física desvia sangue que deveria
ir para o bebê, pelo risco
de hipertermia, hipoglicemia e lesões músculo esqueléticas. Além
disso, a ação hormonal através do sistema nervoso simpático
durante o exercício extenuante desvia provavelmente algum sangue do
útero e dos órgãos viscerais para ser distribuído
preferencialmente aos músculos ativos, o que representa um perigo
para o fluxo sanguíneo placentário;
Exercícios
devem ser realizados regularmente
para manter
a aptidão cardiorrespiratória, a massa muscular e o aumento de
peso;
Durante
a gestação o exercício oferece para a mãe benefícios como:
melhor sensibilidade à insulina, melhor controle da gordura
corporal, interações psicossociais, diminuição da probabilidade
de riscos durante o parto e eventual facilitação do trabalho de
parto.
O
hábito de praticar atividades físicas possibilita uma gestação
mais saudável, com menos problemas como câimbras e dores lombares,
assim como favorece o parto pela via vaginal;
Há
também uma contribuição
nos aspectos emocionais,
contribuindo para que a gestante torne-se mais autoconfiante e
satisfeita com a aparência, eleve a autoestima;
É
importante fazer o resfriamento corporal, principalmente quando a
umidade relativa do ar for mais baixa. Portanto, o treinamento em
gestante deve ocorrer preferencialmente nos momentos mais frescos do
dia, utilizando roupas leves e ingerindo bastante água para
diminuir o risco de desidratação.
Já
os exercícios intensos, prolongados e executados em ambientes
quentes e úmidos são demasiado perigosos e requerem hidratação
adequada, da mesma forma que os realizados em grandes altitudes;
Sinais
e sintomas para interrupção do exercício são:
dor, sangramento, falta de ar, tontura, batimento cardíaco
irregular, fraqueza, taquicardia, dor na coluna ou região
púbica e dificuldade para andar.
Contra
indicações absolutas:
miocardiopatia ativa, insuficiência cardíaca congestiva,
cardiopatia reumática (classe II ou mais), tromboflebite, embolia
pulmonar recente, doença infecciosa aguda, risco de trabalho de
parto prematuro, incompetência cervical, gestações múltiplas,
hemorragia uterina, bolsa rota, crescimento intra-uterino retardado
ou macrossomia, isoimunização grave, doença hipertensiva grave,
sem assistência pré-natal e suspeita de sofrimento fetal. Também
cita as contra indicações relativas (podem ser incluídas em
programas sob supervisão médica): hipertensão arterial, anemia e
outra hematopatias, doença de tireóide, diabetes mellitos,
apresentações pélvicas no último trimestre, obesidade excessiva
ou baixo peso extremo e história de estilo de vida sedentário.
O
American
College of Obstetricians and Gynecologists recomenda
que a atividade física desenvolvida durante a gestação seja
realizada com exercícios de intensidade regular e moderada, com o
programa voltado para o período gestacional em que se encontra a
mulher, com as atividades centradas nas condições de saúde
da
gestante, na experiência em praticar exercícios físicos, na
demonstração de interesse e necessidade da futura mamãe;
Tenha
sempre em mente que o objetivos
da prática de atividade física para gestantes são a manutenção
da aptidão física e da saúde, a diminuição de sintomas
gravídicos, a diminuição da tensão no parto e uma recuperação
no pós parto;